Imagine a cena: você está passando em frente à biblioteca de sua universidade e, nas escadas, alguns jovens estão fazendo manobras no corrimão em cima de um skate. Não fique bravo. Esses skatistas podem estar ajudando em um estudo científico. É isso o que está acontecendo na Universidade Metodista, de São Bernardo, na Grande São Paulo, a primeira no mundo a preparar estudos sobre a modalidade.
“Em setembro, fizemos uma parceria com o Edgar Vovô, para usar a nossas instalações e estrutura para treinamento. No começo do ano, aumentamos o número de atletas para oito. Mas como somos uma universidade, não fazia sentido oferecer esses serviços e não gerar conhecimento, que é o nosso forte”, explica o professor Alexandre Cavallieri, coordenador do curso de fisioterapia.
- Roney Gomes, um dos skatistas da equipe, testa equipamento que simula um skate: "Os atletas fazem musculação sobre a placa, que tira a estabilidade, mais ou menos como o que acontece durante a prática esportiva", explica Deni Foschini.
A iniciativa faz parte da Faculdade de Saúde da universidade e envolve apenas as áreas médicas. Na prática, o grupo de skatistas faz a preparação física e o trabalho de fisioterapia em áreas da universidade. Além disso, recebem acompanhamento nutricional e psicológico. Em troca, alunos acompanham esse trabalho e fazem testes com os atletas. Ao final do ano, serão produzidos ao menos 16 estudos acadêmicos sobre a modalidade.
“Quando apareceu o projeto, fomos procurar o que já tinha sido publicado de skate. Mas o máximo que achamos foram estudos de lesões em crianças que andam de skate. Nada sobre o esporte. Com isso, passamos a desenvolver temas de trabalhos de pesquisa, de trabalhos de conclusão de curso. Hoje, sabemos que até fevereiro de 2013, teremos entre 16 e 20 estudos publicados”, completa Alexandre.
São quatro áreas principais escolhidas para os projetos: preparação física, fisioterapia, nutrição e psicologia. “O que queremos é usar esses estudos para descobrir que tipo de intervenção ajuda o atleta do skate e qual o impacto disso nos treinamentos. Hoje, não temos parâmetros, já que não existe nada publicado”, explica o outro responsável na Metodista pelo grupo de skatistas, Denis Foschini, professor do curso de educação física.
Por:Bruno Doro
Do UOL, em São Paulo
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